Curioso que ao menos no R7 evitaram usar a famigerada expressão ‘kit gay’ repetida a exaustão ontem na matéria que foi ao ar no JR, nascida da bancada contra a garantia dos direitos civis à comunidade LGBT, à criminalização da homofobia e a ações voltadas pra combater a cultura de ódio contra homossexuais nas escolas.
Eu assisto o Jornal da Record, tem jornalistas de alto gabarito que já passaram por todas as emissoras de tevê e que fazem reportagens de qualidade.
Mas fazia tempo que eu não via um desserviço tão grande prestado às comunicações. Os termos adotados pelos âncoras, pela repórter que supostamente foi encontrar os educadores que produziram o material pedagógico para uma educação anti-homofóbica(‘homossexualismo’, ‘kit gay’); a forma como aparece a fala de Haddad, ministro da Educação, com uso de cenas de arquivos sem a sua voz e a reprodução de um trecho de sua fala durante o programa Bom dia Ministro,apresentada de modo semelhante à estratégia de gravações de denúncias de corrupção ou de crimes nos quais telefones dos envolvidos são grampeados (com arte gráfica que mostra o áudio com legendas) e, finalmente, nenhuma voz dissonante ao discurso fundamentalista dos entrevistados e largamente endossado com adjetivos superlativos reverberados pela ‘reporcagem’,nenhum dos 175 deputados da frente parlamentar que apóiam a aprovação do PLC122 foram ouvidos.
Ontem, indubitavelmente e infelizmente o Jornal da Record que, no conjunto vem fazendo um jornalismo de qualidade, manchou sua história com essa matéria preconceituosa e tendenciosa que apresentou, querendo provar a fórceps que a sociedade brasileira é tão homofóbica, fundamentalista, moralista e conservadora como as dos entrevistados cuidadosamente escolhidos e as falas dos jornalistas que se prestaram a esse papel.
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