A bem da coerência deste blog, gostaria de fazer algumas reflexões acerca do caso de censura em uma emissora pública do estado de Goiás, denunciada ao vivo pelo jornalista Paulo Beringhs. Houve uma onda de indignação na sociedade goiana, e na grande imprensa nacional, e muita coisa foi dita. Concordo que, em se tratando de denúncia grave como esta e envolvendo uma empresa financiada pelo contribuinte goiano, deve-se apurar a fundo e, quiçá, modificar a maneira com que se administra uma TV estatal.
Mas o que me deixa intrigado é a indignação seletiva de setores da imprensa e da sociedade. Explico. O jornalista Jorge Kajuru, responsável por uma das melhores emissoras de rádio em Goiás (Rádio K), teve sua rádio censurada diversas vezes em um passado não tão remoto. Censura esta ocorrida por mais de uma vez, e através do Ministério de Comunicações do governo FHC, que suspendeu a transmissão da rádio K. Apesar da gritante injustiça, não vimos, à época, tantas personagens se levantando para defender a rádio suspensa, e a flagrante intervenção estatal que tentou calar na marra o corajoso Jorge Kajuru. Kajuru, como todos sabem, foi ferrenho crítico do governo Marconi Perillo, e, melhor que eu, já deixou claro por diversas vezes o preço que pagou por tal ousadia.
Então, se o que o Paulo Beringhs afirmou realmente ocorreu, estamos em um mato sem cachorro: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
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