segunda-feira, 14 de março de 2011

Obama e as torturas: nada mudou nos EUA

Reproduzo artigo de Antônio Mello, publicado em seu blog:


O soldado americano Bradley Manning, que teria vazado documentos para o WikiLeaks, está preso e submetido a tratamento degradante: é mantido nu, em isolamento, impedido de dormir, sob iluminação direta e vigilância de câmeras 24 horas por dia.

Questionado, o presidente Obama, que antes de presidente é advogado constitucionalista, disse o seguinte:

“Fui informado [pelo Pentágono] de que sim, as condições são apropriadas e conforme nossos padrões básicos. Garantiram-me que são.”

E disse a verdade. Porque a tortura, a humilhação, o tratamento desumano e degradante são práticas corriqueiras ("padrões básicos") nos EUA.

Tão corriqueiras que apenas em 2007 o Congresso americano aprovou uma lei, em votação apertadíssima (222 a 199), que determinava que “a CIA não poderia mais submeter prisioneiros a simulação de afogamento, simulação de fuzilamento e humilhação sexual. Os agentes também não poderiam usar cães em interrogatórios”.

O presidente Bush vetou a lei, porque ela “limitaria as técnicas de interrogatório da CIA, impediria que os Estados Unidos conduzissem interrogatórios legais de terroristas importantes da al-Qaeda para obter informações necessárias para proteger americanos de ataques”.

Alguns exemplos dessas técnicas:















Conforme informei aqui, Exército americano tortura prisioneiros desde 1901. O método de tortura conhecido como waterboarding, em que é simulado o afogamento do prisioneiro, é usado desde aquela época, há 110 anos.

O que espanta na resposta de Obama é sua postura pusilânime. Ele que foi eleito sob tantas esperanças, com uma plataforma de mudanças, decepciona a cada dia os que acreditaram nele. Não muda nada e parece conformado com isso.

Quem via Obama como próximo a Lula percebe que ele na verdade é o FHC americano.

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